Trabalho de Nedir é destaque na mídia estadual
A atuação do Núcleo Núcleo de Estudos e Pesquisa em Ecumenismo e Diálogo Inter-Religioso (Nedir) da FACASC foi notícia na coluna do jornalista Anselmo Padra, no Portal MakingOf. O coordenador do Nedir, Pastor Renatus Porath (foto), concedeu entrevista sobre o Guia da Migração, que será produzido a partir do último IX Encontro Inter-religioso, realizado no dia 10 de novembro.
Religiões e o guia da migração
Nunca a palavra bondade esteve tão em alta como agora. Frente às incontáveis dificuldades que se espalham pelo mundo, a bondade nas palavras, nas ações e solidariedade pode ser a salvação de muita gente. O problema dos migrantes e refugiados, que buscam qualquer lugar no mundo para escaparem de guerras, preconceitos e pobreza em geral, é muitas vezes pura falta de bondade. Entrar nesse assunto e suas causas nem é necessário, porque está tudo exposto o momento todo, não temos como fazer vistas grossas para o que é extrema aflição de uma sociedade em desordem.
Mas, para esperança da humanidade, há quem se preocupe em olhar de perto o problema e oferecer algo que faça diferença na vida dos expatriados, forçados a fugir ou morrer. E qual o desafio das religiões nesse contexto? obviamente, infinitos. Em Florianópolis, a união de diferentes correntes religiosas, como o islamismo, judaismo, luteranos, católicos, protestantes e as variadas correntes destas religiões estão mobilizadas para ir além da fé e propor algo de concreto em benefício dos refugiados e migrantes, juntando-se ao trabalho de outras entidades e governos que se preocupam em enfrentar o problema.
O pastor emérito e professor doutor sobre o ensino da Bíblia, da Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil (IECLB), Renatus Porath, integra o grupo de religiosos que está analisando os desafios e a problemática dos migrantes e refugiados. O pastor é também professor da Faculdade Católica de SC (FACASC) e Coordenador do Núcleo de Estudos e Pesquisa em Ecumenismo e Diálogo Inter-Religioso (NEDIR). Segundo ele, um dos maiores desafios começa por evitar a repulsa, algo que cria muitas barreiras no acolhimento. Nesse contexto, as religiões podem ajudar seus fiéis a terem um olhar mais humano e vencer a resistência com aqueles que procuram uma nova vida, longe de seus países e famílias, diz o pastor.
O projeto das igrejas prevê um estudo amplo da questão da migração, origens, causas e o número de refugiados e migrantes que estão na cidade. Com base nesse levantamento, será formulada uma espécie de cartilha para orientar quem chega e quem recebe, destacando temas como emprego, documentação, cursos de formação profissional, encaminhamento de profissionais com formação ao mercado de trabalho, cursos de idioma e uma série de outras ações que possam oferecer cidadania.
De acordo com o pastor Renatus Porath, será um guia para derrubar os muros dos preconceitos.Segundo ele, as religiões precisam ir além da fé e ajudar a sociedade a construir uma rede de acolhimento com ações concretas, num esforço coletivo para minimizar um problema que a cada dia deve ficar maior.
E conclui o pastor, "refugiados e migrantes não são mendigos, são seres humanos em busca de socorro"